Às vezes faltam-me palavras para explicar esta minha forma de sentir, talvez porque seja recente. Talvez.
É um facto que o amor “vende”. Sobretudo se a palavra for usada como tag (etiqueta), então é inegável, mesmo.
E, claro, também as canções de amor “vendem”, os poemas de amor “vendem”, as histórias de amor sempre “venderam; simplesmente, o princípio chega-nos ao contrário. Tudo tem muito mais impacto se, na realidade, se trata de desamor.
Para mim, e sobretudo nesta fase da minha vida, sentir amor não é intenso, como a paixão,; diria que é mais doce, frágil, subtil. Não nego a paixão. Claro que existe.
Porém, sinto que se estimula o desamor, alguém que sofre por amor… lamento, mas não é amor. Pode ser desejo, paixão, ou o simples fruto de uma necessidade individual de alguém que ainda não consegue sentir-se preenchido estando só.
É que cada vez faz mais sentido para mim que só mesmo quando estamos completos sozinhos, é que aparece alguém que, por seu lado, estará também muito feliz só, e ambos resolvem juntas as felicidades individuais.
Claro que esta minha perspetiva não é muito popular. Prefere-se o “normal” amor tipo Romeu e Julieta, uma história de ficção, em que as personagens são dois adolescentes – muito bem descrito por Shakespeare – com as hormonas aos saltos, naturais da idade deste Romeu menino e desta Julieta menina.
E andam os adultos deste mundo a sonhar com histórias de desamor, canções de desamor, vidas inteiras de desamor.
E eu suspiro. Pronto. Mais uma.